sexta-feira, 6 de julho de 2012


Vermelho como o Céu (2006)

A trama se passa no verão de 1970, na bela Toscana, quando Mirco (Luca Cipriotti), um garoto apaixonado por cinema, sofre um acidente sério e perde a visão. Rejeitado pela escola pública, por agora ter se tornado uma pessoa diferente, é enviado à Gênova a fim de terminar seus estudos em uma escola especializada para deficientes visuais.
A escola só aceita meninos e apresenta um ambiente rígido e conservador, sendo dirigida por um senhor de meia idade e também cego, que preza pela disciplina acima de tudo, já que supõe ser esta uma determinante na vida de garotos que nunca poderão escolher o que fazer de seu futuro e sim acatarem o que for conveniente, por conta de sua deficiência.

Dentro deste ambiente opressor, Mirco tem de se adaptar juntamente com a dificuldade de ter perdido um dos sentidos, tem que reaprender a encarar a vida e a se locomover dentro dela, alegrar-se com os quatro sentidos que lhe restaram. E assim como os músicos fecham os olhos quando tocam, para poder sentir a música, quase como se ela fosse uma sensação física, Mirco abre seus ouvidos para os sons que o rodeiam.
Com a ajuda de um professor dedicado, de amigos carinhosos e o nascimento de um amor, vamos aprendendo, junto ao jovem Mirco, a perceber e ouvir o mundo. Aprendemos que o azul é como quando andamos de bicicleta e o vento nos bate no rosto; o marrom é áspero como a casca da árvore e o vermelho é como o fogo, como o céu entre os montes.
De grande profundidade, esta produção italiana segue o caminho de suas irmãs tão bem sucedidas e aclamadas pelos cinéfilos, fazendo-nos refletir. Merece ser assistida por todos que se importam com educação, inclusão e amor.
“Em 1975, após numerosas pressões, o estado italiano aprovou a lei que abolia os colégios especiais e permitia aos cegos estudar em escolas públicas. Mirco saiu do colégio aos 16 anos. Apesar de não ter recuperado a visão, hoje é um dos mais reconhecidos montadores de som do cinema italiano.”



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